Falando com pais (01/04)
A natureza tem mistérios que surpreendem, ensinam, além de encantar. Depois de plantada a semente do bambu, este incrível arbusto, por aproximadamente cinco anos não se vê nada, durante esse tempo o crescimento é completamente subterrâneo. O que ocorre é o crescimento de uma maciça e fibrosa estrutura de raiz que se estende vertical e horizontalmente pela terra. Então, ao término desse tempo, o bambu passa a crescer e daí em diante chega atingir vários metros.
Contudo, a sua magnitude não para por aí, o bambu tem características especiais, já que além de flexível e forte, é resistente, a ponto de se curvar e não quebrar, mesmo diante de tempestades e ventos fortes. Simbolicamente representa humildade, paciência e determinação.
Neste momento de Pandemia, sobretudo pelos últimos acontecimentos que nos coloca em grande atenção, o impacto causado pela crise sanitária do novo coronavírus na economia nacional e local nos obrigou a conviver com lockdown, fechamentos de comércios como também com restrições de atividades econômicas. Sabemos o quanto tudo isso afeta, sobretudo, a economia doméstica em virtude das preocupações que surgem diante das contas para pagar. Preocupações que se estabelecem diante de um cenário incerto e cauteloso, fora o medo de ser vítima da doença ou ver seus familiares falecerem por causa do vírus. Entretanto, somente com ações e medidas extremas, além dos esforços concentrados de governos e população que será possível buscar recursos para superar e vencer esse mal que entristece a todos nós.
Enfim, o panorama nos remete a um olhar de preocupação, insegurança e muito medo. É nesse momento que resgatamos a maior lição que o bambu nos ensina, a resiliência, ou seja, a capacidade de enfrentar, aprender, crescer e amadurecer em meios às adversidades, dificuldades e aos desafios que a vida nos impõe, usando os recursos internos pessoais para encarar essas situações. É preciso muita fibra para chegar às alturas e, ao mesmo tempo, muita flexibilidade para se curvar ao chão sem quebrar.
A resiliência passou a ser nossa estratégia de sobrevivência neste momento tão difícil. Ela nos convida a ver duas vezes o cenário de um modo diferente. Podemos tratar com impulsividade, sem conseguir resolver nada, ou por meio da paciência, resistência (uma condição mais misericordiosa) tratar com mais tranquilidade, mais cuidado o problema. A resiliência é uma grande virtude da humanidade, principalmente agora, quando somos levados a exercitar a paciência com nossos filhos, companheiros, familiares, empregos, etc. Não podemos, por mais desafiadora que seja toda essa situação, deixar-nos ser dominados pela irritabilidade, desespero ou descrença.
Quando olhamos a perdas de tantas famílias pela pandemia, solidarizamo-nos acreditando na intercessão divina em nosso planeta, resgatando-nos desse momento atribulado, dando sentido às nossas existências. Especialmente nesta Quinta-feira Santa, lembremos da Última Ceia do Senhor e a Cerimônia do Lava Pés, despojemo-nos de nosso orgulho e nossas vaidades para estar a serviço dos nossos irmãos seja em oração ou na necessária ajuda material. Que também em nosso lar exerçamos a compreensão e o respeito mútuo, cuidando com amor uns dos outros.
Sejamos persistentes, fortes, resistentes tal como um bambu, sejamos mansos, pacíficos e prósperos como Aquele que nos acolhe, envolve e protege.
Desejamos uma excelente Páscoa em família!
A Direção e Coordenação